Neste período, as relações entre a mídia e o presidente da República, Michel Martelly, continuaram tensas. O presidente não perde uma oportunidade de atacar os meios de comunicação.
Em 28 de dezembro, em um ato público durante uma visita a Mirebalais, departamento na região central de Haiti, o presidente elogiou um jovem que segurava um cartaz dizendo Imprensa, dê uma chance ao presidente. Mortelly disse sarcasticamente que o jovem merecia 100 mil dólares norte-americanos.
Em 18 de janeiro, Maxime Alcius, motorista de Anthony Lapeyre, jornalista da Radio Metropole, faleceu em decorrência de disparos feitos por bandidos quando os dois passavam de carro na estrada do antigo aeroporto Boenfield. O jornalista saiu ileso do atentado.
Em 3 de fevereiro, antes de viajar para a Venezuela, o presidente Martelly se recusou a responder uma pergunta de um jornalista da Radio Kiskeya. Pouco depois, em reação à pergunta de um jornalista da Radio Melodie FM sobre incidentes ocorridos na residência do primeiro-ministro, Martelly deu a entender que teria preferido perguntas sobre suas funções.
Em 7 de fevereiro, o semanário Haiti Observateur noticiou uma reunião realizada no palácio da presidência e organizada pela primeira-dama, Sophia Martelly, para discutir com alguns ministros um plano para controlar a imprensa.
Em 5 de março, o diretor da Radio Boukman, Jean Liphete Nelson, foi morto a tiros em Cité Soleil. Nelson, de 38 anos, estava com outras quatro pessoas em um carro da rádio, no bairro Bois Neuf de Cité Soleil, quando o grupo foi atacado por quatro homens fortemente armados. Seu irmão mais novo, Jean Robert Nelson, foi atingido por uma bala na perna. Depois de ser transferido para o hospital dos Médicos sem Fronteiras, Jean Liphete Nelson faleceu por causa dos ferimentos.
Em 3 de abril, completaram-se 12 anos do assassinato de Jean Léopold Dominique, e seu assassinato continua sem punição. O conhecido e respeitado jornalista e diretor da Radio Haiti foi morto em 3 de abril de 2000 na entrada na emissora. O segurança Jean-Claude Louissaint também foi assassinado na ocasião.
Em 12 anos, nove juízes assumiram as investigações, mas não foram apontados os responsáveis pelo crime. A investigação dos assassinatos foi afetada pela violência, inércia, ameaças contra os juízes, atrasos e perda de todas as provas e arquivos durante o terremoto. A viúva do jornalista, Michèle Montas, foi alvo de uma tentativa de assassinato em dezembro de 2002.
Em fevereiro de 2005, as únicas três pessoas acusadas pelo assassinato de Jean Dominique e Jean-Claude Louissaint escaparam da prisão durante uma rebelião. Um novo inquérito, a cargo do juiz Yvickel Dabrésil sobre os assassinatos de Jean Dominique e Jean-Claude Louissaint foi aberto em 3 de abril de 2005.
Madrid, Espanha