Os temas mais importantes neste período se relacionam à luta pelo acesso às informações sobre documentação pública e às ações judiciais em Guantánamo.
Em decisão importante para a transparência no governo eo acesso da mídia aos procedimentos judiciais, um juiz federal declarou em agosto a inconstitucionalidade de uma lei do Estado de Delaware que permitia aos juízes presidir processos sigilosos de arbitragem em disputas de negócios.
A Delaware Coalition for Open Government havia argumentado que os procedimentos sigilosos violavam os direitos dos cidadãos, inclusive da mídia, de assistir aos processos judiciais ede ter acesso aos autos. Várias organizações da mídia, entre as quais The Associated Press, The New York Times, The Washington Post e o Reporters Committee for Freedom o fthe Press apresentaram um memória lde apoio à coalizão.
Delaware é a sede corporativa de milhares de empresas dos Estados Unidos e o Juízo de Equidade (Chancery Court) deste Estado preside com frequência disputas comerciais de relevo que envolvem algumas das maiores empresas do mundo.
Em outro caso, advogados de liberdades civis e da mídia tentam conseguir mais transparência em Guantánamo no caso da pena de morte de cinco supostos conspiradores nos ataques de 11 de setembro de 2001.
A American Civil Liberties Union e um conjunto de 14 grupos da mídia protocolaram separadamente petições protestando contra ordens judiciais que impedem o acesso do público às informações sigilosas no caso.
A petição visa questionar a censura imposta às testemunhas e aos acusados em sistema judicial que utiliza um atraso de 40 segundos nos procedimentos, para permitir que um funcionário dos órgãos de inteligência possa filtrar com ruído branco qualquer declaração descrevendo o que os agentes da CIA fizeram com os prisioneiros antes de sua transferência para Guantánamo.
A petição tem o apoio da The McClatchy Company, ABC Inc., Associated Press, Bloomberg News, CBS Broadcasting Inc., Fox News Network, National Public Radio, The New York Times, The New Yorker, Reuters, Tribune Company, The Wall Street Journal e The Washington Post.
Em setembro a Google decidiu bloquear em vários países o acesso ao controvertido filme A inocência dos muçulmanos, acusado de incitar a violência entre as nações do mundo árabe e muçulmano.
A Google restringiu temporariamente o acesso ao filme na Líbia e no Egito devido à situação muito difícil em ambos os países, segundo a empresa.
A Google retirou o vídeo na Índia e na Indonésia por violação das leis locais, e fez o mesmo na Malásia na segunda-feira, depois que as autoridades solicitaram o seu bloqueio devido a explosivas agitações e repercussões iminentes.
Os críticos da decisão da Google alegam que ela estabelece um precedente perigoso que abre a porta para mais censura no futuro.
Entidades de defesa da mídia pediram às autoridades sírias a liberdade do jornalista independente dos EUA, Tice Austin, que se acredita estar sob a custódia do governo.
Tice, de 31 anos, um foto jornalista independente que cobria o conflito para o The Washington Post e McClatchy Newspapers, foi preso por forças governamentais nos arredores de Damasco, na Síria.
Em 13 de agosto, enviou sua última mensagem por e-mail aos seus colegas e mais tarde apareceu com os olhos vendados em um vídeo de 47 segundos do YouTube intitulado Austin Tice Still Alive. O vídeo o mostra acompanhado por homens armados que subiam um morro.
Outros dois jornalistas que trabalham para a emissora de televisão Al-Hurra, financiada pelo governo dos EUA, desapareceram em 20 de agosto.
Pelo menos 19 jornalistas foram mortos enquanto cobriam o conflito sírio no ano passado.
Robert Stolarik, fotógrafo doThe New York Times, foi espancado e algemado, tendo seu equipamento confiscado enquanto cobria a prisão de uma jovem de 16 anos durante um protesto Occupy Wall Street em Nova York em 4 de agosto. Ele enfrenta acusações de crimes de obstrução à administração governamental e de resistência à prisão.
A data da sua audiência está marcada para 29 de novembro.
A polícia no local deu ordem a Stolarik para parar de tirar fotos. Ele se identificou como um jornalista que trabalhava para o Times e foi algemado, jogado no chão e chutado antes de ser levado para uma delegacia de polícia.
Adam Mueller, fundador do website CopBlock, que publica notícias online sobre a atuação da polícia, foi declarado culpado por escutas telefônicas ilegais em agosto e condenado a três meses de prisão.
Mueller fazia a cobertura de um incidente ocorrido em uma escola de Manchester, New Hampshire, sobre um vídeo que mostrava um jovem de 17 anos quando era retirado da sua cadeira na cafeteria da escola por um policial da escola, que depois bateu o rosto do jovem contra uma mesa.
Mueller entrevistou o diretor da escola, uma secretária e um policial, informando-os de que era jornalista. Os entrevistados disseram que não sabiam que estavam sendo gravados, o que é ilegal segundo a lei estadual.
Em agosto, foi concedido asilo político nos Estados Unidos ao jornalista equatoriano Emilio Palacio. Em fevereiro de 2011, Palacio escreveu um editorial sarcástico no diário El Universo onde chamou Correa de ditador e sugeriu que o presidente devia ser preso por supostamente ter mandado a polícia atirar contra civis.
Correa acusou publicamente Palacio e outros três jornalistas do diário por difamação. Um tribunal equatoriano depois condenou Palacio a três anos de prisão e exigiu que El Universo pagasse uma multa de US$ 40 milhões. Palacio fugiu para os EUA e pediu asilo político, alegando que estava sendo perseguido por suas crenças políticas e por exercer o seu direito à liberdade de expressão em um jornal de oposição.
Madrid, Espanha