Honduras

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O exercício do jornalismo continua refletindo um ambiente negativo que inclui ameaças contra profissionais da imprensa e intimidação a vários meios de comunicação, além do assassinato de três jornalistas e um funcionário de um meio de comunicação. A situação se agrava pela incapacidade do governo de controlar o alto nível de violência que assola toda a sociedade e que é alimentada pela impunidade que impera em todos os níveis da justiça, inclusive a polícia, o Ministério Público e o Poder Judiciário, tudo isso irremediavelmente ligado a um aumento nos índices da autocensura jornalística. Quanto ao legislativo, mantém-se uma cautelosa atenção sobre a proposta da Comissão Nacional de Telecomunicações (CONATEL), que visa regular as "cadeias nacionais" e que, se for aprovada como redigida inicialmente, poderá significar mais restrições para os meios televisivos e de rádio, mais arbítrio para que o Governo abuse do dito mecanismo em questões que não são de emergência nacional e sanções excessivas para não cumprimento. Neste último período, a SIP teve participação ativa no país, com destaque para a conferência organizada com a Associação de Meios de Comunicação de Honduras (AMC). Como resultado desse evento, o governo do presidente Porfirio Lobo Sosa se comprometeu a implantar uma série de reformas e mecanismos que permitam aumentar a proteção dos jornalistas e da mídia contra a onda de criminalidade que afeta o país, conforme disposto na “Declaração de Tegucigalpa”. São os seguintes os casos mais relevantes: O empresário de mídia e jornalista, Ariel D´Vicente, invocou a proteção da Comissão Nacional de Direitos Humanos (CONADEH), órgão estatal, quando denunciou atos escandalosos de suposta corrupção envolvendo altos funcionários do atual governo e depois de receber várias ameaças de morte diretas. José Encarnación Chinchilla, correspondente da Radio Cadena Voces na cidade de El Progreso, sofreu um atentado na sua residência nessa cidade, durante o qual seu filho José Alberto foi ferido por um tiro.Chinchilla pediu refúgio nos Estados Unidos. Jornalistas da Radio Progreso, propriedade da Companhia de Jesus em Honduras, da Igreja Católica, foram intimidados por policiais que cercaram as suas instalações por mais de duas horas. Em julho, Selvín Martínez, correspondente da rede de televisão JBN, foi alvo de um atentado a tiros. Este foi o segundo incidente desse tipo. Em abril, Martínez sofreu outro atentado em sua casa em Omoa, departamento de Cortés. Ele solicitou medidas de proteção ao Estado. Houve quatro assassinatos neste semestre. Em 7 de maio, foi assassinado o jornalista e ativista político Erick Alexander Martínez Ávila, na cidade de Tegucigalpa, Francisco Morazán. Alguns suspeitos já foram capturados, embora o julgamento ainda não tenha começado. Em 15 de maio, foi encontrado assassinado com vários tiros na cidade de Tegucigalpa, o jornalista Ángel Alfredo Villatoro (diretor de notícias da Radio HRN). Sua morte ocorreu vários dias após ter sido sequestrado quando ia para o trabalho na HRN e um dia depois de o presidente Lobo declarar que tinha "provas” de que o jornalista estava vivo. Em 8 de julho,foi assassinado Adonis Felipe Bueso Gutiérrez, repórter da Radio Stereo Naranja. Morreram na mesma ocasião dois de seus primos na cidade de Villanueva, departamento de Cortés. Os motivos do crime e a autoria continuam sendo investigados. Em 11 de agosto, foi assassinado com vários tiros José Noel Canales, funcionário do jornal digital Hondudiario, na cidade de Comayagüela, Francisco Morazán. Ele foi atacado por vários indivíduos quando ia para o trabalho.

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