Haiti

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A liberdade de imprensa neste período mostrou alguma evolução, principalmente no setor judiciário. Em janeiro passado, um juiz aceitou denúncias contra nove suspeitos do assassinato do radiojornalista Jean Leopold Dominique no ano 2000. Esta ação judicial ocorreu após dezenas de investigações, apesar do medo de retaliação. Dominique, que era dono da Rádio Haiti Inter e foi um dos primeiros a transmitir em crioulo haitiano, foi assassinado em frente à estação em 3 de abril de 2000. O funcionário da estação Jean-Claude Louissaint também foi morto durante o ataque. Os nomes dos réus são: Mirelande Libérus (suposto mentor intelectual), Harold Severe, Annette Auguste, Franco Camille, Merité Milien, Dimsley Milien, Toussaint Mercidieu, Jeudi Jean Daniel e Markington Michel. No dia 17 de outubro, Jean Monard Métellus, o apresentador do programa de rádio Ramase na rádio Caraibes FM, recebeu ameaças de morte e uma denúncia sobre a armação de uma trama contra ele. O ministro da justiça declarou, durante uma conferência de imprensa, que tinha conhecimento certo de que Métellus seria assassinado por dois homens em uma motocicleta pelo preço de 10.000 dólares. Também em outubro, dois policiais funcionando como agentes do serviço secreto da Unidade de Segurança Presidencial agrediram violentamente - sem nenhum motivo aparente - o repórter Rodrigue Lalane da Rádio Kiskeya enquanto tentava entrevistar o Presidente Michel Martelly. O juiz indicado deu aos policiais a oportunidade de responder perguntas, mas face à negativa deles em responder, o juiz emitiu um mandado de prisão contra os mesmos que, no entanto, nunca foi executado. Em relação à evolução do sistema de justiça e de direitos humanos, em fevereiro o Tribunal de Recursos de Port-au-Prince reapresentou as acusações de crimes contra a humanidade do ex-ditador Jean-Claude "Baby Doc" Duvalier, por tortura, execuções extrajudiciais e desaparecimentos forçados em seus 15 anos de governo de 1971 a 1986.

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