O assassinato de um jornalista por uma gangue de pistoleiros, os disparos contra uma repórter de TV e as ameaças contra três profissionais da imprensa foram fatos negativos relacionados ao jornalismo nesse período.
O jornalista Blas Olivo, com um longo histórico profissional na mídia e porta-voz da Junta Agroempresarial Dominicana, empresa privada, foi assassinado com vários tiros em 13 de abril. Sete pistoleiros acusados do crime estão presos há um ano, mas negam sua participação.
Apesar da decisão judicial, persiste no país uma dúvida generalizada sobre a culpabilidade dos pistoleiros presos. Durante o inquérito policial, dois supostos líderes da gangue foram mortos, um em um tiroteio nas ruas e outro em uma prisão de alta segurança, onde ele cumpria pena de 30 anos.
Parentes de Olivo e membros de diversos setores afirmam que o assassinato dos líderes da gangue teve como objetivo eliminar pistas que poderiam levar aos verdadeiros assassinos.
No final de maio, outra gangue de criminosos invadiu a casa de Marino Zapete, comentarista do programa de TV “El Despertador”, do canal 9, para roubar seu laptop. Um dos supostos participantes morreu no confronto com a polícia e outro se entregou. O laptop foi recuperado.
A repórter de TV Celina Suriel foi alvo de tiros disparados por desconhecidos em uma avenida da capital no início de julho, mas saiu ilesa, apesar de seu carro apresentar várias perfurações de balas.
O operador de câmera da Telemicro Canal 5, Domingo Díaz Matos, foi ferido por vários disparos em um ataque de desconhecidos, e outros três profissionais de rádio e TV, William Rodríguez, do programa “Abriendo la mañana”; Omar Peralta, do programa “60 minutos com Omar”, na cidade de San Francisco de Macorís, e Nelson Gutiérrez, este último diretor do Sindicato Nacional de Trabalhadores da Imprensa, denunciaram ter recebido ameaças de morte por revelar, nos seus programas, atos de corrupção da polícia e prefeitura de San Francisco de Marcorís.
Um dos acusados do assassinato do operador de câmera Newton González, da cidade de Santiago, morto em 2014, se entregou às autoridades e aguarda julgamento. O acusado, Juan José García, têm extensa ficha criminal.
Apesar do ambiente de riscos para os jornalistas em meio à onda de crimes em geral, a mídia impressa, digital, o rádio e a TV funcionam sem obstáculos ou pressões do governo.
É motivo de preocupação para os meios que fazem parte da Sociedade Dominicana de Jornais o fato de o Tribunal Constitucional ainda não ter emitido decisão sobre um recurso de inconstitucionalidade impetrado há dois anos e meio contra a lei de expressão e difusão do pensamento em vigor desde 1962 e contra vários artigos do Código Penal.
O caso está parado desde 21 de junho de 2013. Os jornais aguardam que o Tribunal emita uma decisão que esteja alinhada com a Constituição, eliminando as demoras legislativas que instituíram um sistema de perseguição penal de privação da liberdade.
Madrid, Espanha