Neste período as principais ameaças à liberdade de imprensa e de expressão corresponderam ao envio de uma reforma constitucional e de projetos de lei.
Cinco dias antes do fim do seu mandato, a presidente Michelle Bachelet enviou ao Congresso o projeto da Nova Constituição Política. Este projeto não era do conhecimento nem fruto do consenso dos partidos políticos, nem mesmo daqueles de sua própria coalizão. No que diz respeito à liberdade de expressão, propunha modificar os dispositivos relativos à liberdade de expressar opiniões e de informar, indicando que "a lei nunca poderia estabelecer um monopólio estatal ou privado dos meios de comunicação social, para garantir sempre a "vigência de um pluralismo informativo e editorial dos meios de comunicação."
O projeto de lei incluiu esta última frase, a que gera a maior preocupação, por não indicar como se dará esta garantia do pluralismo informativo. A preocupação decorre de iniciativas promovidas pelo Colégio de Jornalistas em prol do financiamento estatal de novos meios de comunicação, que poderiam se expor ao receber este financiamento se favoráveis aos governantes então no poder.
Da mesma forma, propôs uma iniciativa de dividir em três o espectro de radiotransmissão: estatal, comunitário e privado.
Este projeto não tem o apoio do governo atual, que indicou que não dará urgência à sua discussão e introduzirá mudanças significativas no mesmo.
Recentemente, o Supremo Tribunal se pronunciou sobre o direito ao esquecimento, assinalando que corresponde a um direito não reconhecido pela legislação, que somente obriga o meio de comunicação a realizar uma atualização da notícia publicada. Apesar disso, o Congresso deu prosseguimento à tramitação do projeto de lei que pretende consagrá-lo como o direito irrenunciável do titular de dados pessoais de exigir a sua eliminação de publicações.
Existem outros projetos de lei que visam resguardar a vida privada, a honra e a imagem de menores e mulheres considerados vulneráveis, em especial quem tiver sido exposto à violência.
Por outro lado, o projeto de lei visa proteger a imagem dos menores, mas na prática não permite nem a publicação da foto de um menor em uma simples atividade escolar.