A impunidade nos casos de agressão a jornalistas continua sendo um problema.
É preocupante que o Ministério Público e a justiça evitem lidar com casos alarmantes como o sequestro de seis repórteres que estavam cobrindo a apreensão de terras no departamento de Santa Cruz em outubro passado. Duas pessoas foram presas, mas a investigação continua inconclusiva devido a substituições das pessoas responsáveis pela coleta de informações de antecedentes e à lentidão no processo de prisão e indiciamento de cerca de 80 homens encapuzados que foram responsáveis pelo sequestro e pela tortura.
A detenção ocorreu em Guarayos, durou sete horas e terminou com agressão física e a destruição, a tiros, de equipamentos de vídeo. O governo classificou o episódio como um simples incidente, ao passo que as pessoas envolvidas consideram que suas vidas correram perigo devido ao nível da violência e das ameaças.
Continua também impune a agressão de policiais da tropa de choque e a prisão do jornalista do Página Siete, Carlos Quisbert, em 21 de setembro, enquanto ele cobria um conflito envolvendo produtores de folha de coca.
Em 4 de abril, as autoridades judiciais restringiram a cobertura da imprensa independente do julgamento do ex-presidente Jeanine Añez (2019-2020) e de seus colaboradores. Os jornalistas foram proibidos de participar da audiência virtual.
A Associação Nacional de Imprensa (ANP) pronunciou-se em 6 de fevereiro a favor da recuperação da justiça, afetada pela falta de credibilidade e por não defender a liberdade de imprensa e de expressão.