Registrou-se um aumento da violência contra a imprensa neste período. Sete jornalistas foram assassinados desde a reunião de Antígua, em um total de dez este ano.
Os meios de comunicação tradicionais e digitais fizeram uma ampla cobertura dos eventos que ocorreram após os terremotos que afetaram o país. Em 7 de setembro, um terremoto de 8,2 graus atingiu Oaxaca e Chiapas, causando 96 mortes e danos à infraestrutura desses locais. Em 19 de setembro, um terremoto de 7,1 graus sacudiu novamente o país deixando 369 vítimas fatais e causando grandes perdas materiais na Cidade do México, Puebla, Estado do México, Guerrero e Oaxaca.
Com respeito à violência contra jornalistas, a Comissão Nacional de Direitos Humanos (CNDH) estima que desde 2000 até a data ocorreram 130 homicídios, sendo que 38 deles durante o atual governo do presidente Enrique Peña Nieto. Além disso, reina um clima de ataques, muitos deles cometidos por funcionários públicos.
Desde a reunião em Antígua, foram assassinados os jornalistas Maximino Rodríguez, Javier Valdez, Jonathan Rodríguez, Salvador Adame Pardo, Cándido Ríos Vázquez, Juan Carlos Hernández e Édgar Daniel Esqueda.
A Artigo 19 registrou 276 agressões contra a imprensa este ano, um aumento de 23% em comparação com o mesmo período no ano passado. A CNDH garante que apenas em 10% dos casos houve sentença condenatória. Os outros casos não são investigados ou ficam impunes.
Durante as eleições que foram realizadas este ano, registrou-se um aumento das agressões a jornalistas. Em Coahuila, houve um aumento de 325% dos ataques à imprensa, e esses ataques aumentaram também na Cidade do México e em Veracruz.
Em 14 de setembro, revelou-se que as autoridades municipais de Nuevo Laredo, Tamaulipas, moveram ações contra o jornal El Mañana de Nuevo Laredo, em represália pela publicação de investigações jornalísticas sobre corrupção no governo. O jornal publicou matérias sobre supostos atos ilícitos que envolviam a existência de empresas fantasmas que adquiriram contratos milionários para publicidade, casos de nepotismo e suposto enriquecimento por parte do prefeito Enrique Rivas e outros funcionários locais.
Outros fatos de destaque deste semestre:
Em 14 de abril foi assassinado em La Paz Baja, California Sur, Maximino Rodríguez Palacios, colaborador do Colectivo Pericú. Ele foi morto por tiros disparados de um veículo quando saía do seu carro. No início de junho, foram detidos três suspeitos de participação no assassinato.
Em 15 de maio, Javier Valdez Cárdenas, cofundador do semanário Riodoce e correspondente do La Jornada, foi assassinado em Culiacán, Sinaloa, a poucos metros do semanário e em plena luz do dia. Até o momento, as autoridades não apresentaram nenhum avanço nas investigações.
Nesse mesmo dia foi assassinado Jonathan Rodríguez Córdova, repórter do semanário El Costeño em Autlán, Jalisco. Vários homens armados dispararam 25 tiros contra o carro em que o jornalista estava com sua mãe. Quatro balas atingiram o corpo do jornalista, e sua mãe ficou gravemente ferida. O semanário havia recebido ameaças.
Em 18 de maio foi sequestrado Salvador Adame Pardo, proprietário do Canal 6TV, em Múgica, Michoacán. Seu corpo queimado foi encontrado em 26 de junho. Supõe-se que o líder de uma gangue da região, Feliciano Ledezma, conhecido como "El Chano Peña", seja o responsável pelo crime.
Em 22 de agosto foi assassinado Cándido Ríos Vázquez no município de Hueyapan de Ocampo, em Veracruz. O colaborador do Diario de Acayucan e fundador do La Voz de Hueyapan publicava matérias sobre casos de corrupção e abusos de poder.
Em 5 de setembro, foi assassinado Juan Carlos Hernández, que era fotógrafo colaborador e assistente de redação do portal La Bandera Noticias, em Yuririra, Guanajuato. Ele foi atacado por homens que atiraram contra ele quando saía de sua casa, à noite. A mídia local disse que o website havia denunciado ter recebido ameaças.
Em 5 de outubro foi assassinado Édgar Daniel Esquerda Castro em San Luis Potosí. Ele era colaborador do Vox Populi e do Metrópoli de San Luis. Homens vestindo uniforme da polícia entraram na sua casa e o levaram. Seu corpo foi encontrado no dia seguinte com sinais de tortura, seminu e com as mãos amarradas atrás das costas. Ele cobria temas policiais, e meses antes de ser assassinado havia denunciado ter recebido ameaças.
Em 16 de outubro, a jornalista e locutora Cecilia Méndez sofreu atentado em Zapopan, Jalisco. Méndez estava no seu carro, e havia saído da estação em que apresenta o programa "Yo siempre estoy bien", em Zapopan, Jalisco. Ela foi atingida no rosto e no tórax por disparos de homens que estavam em uma moto.
Os altos índices de impunidade e de falta de segurança que os jornalistas enfrentam para realizar seu trabalho no país ficam evidentes na falta de resultados das investigações que resultem no castigo dos responsáveis pelos assassinatos e agressões.