CONSIDERANDO que desde abril de 2017 até esta data nove jornalistas foram assassinados na região: sete no México e dois em Honduras
CONSIDERANDO que Édgar Daniel Esqueda Castro, fotojornalista dos diários Vox Populi e Metrópoli San Luis, de San Luis Potosí, San Luis Potosí, México, foi sequestrado em 5 de outubro e seu corpo foi encontrado no dia seguinte
CONSIDERANDO que Carlos Williams Ferreira de Souza, que trabalhava no canal 22 e comandava o programa "Sin pelos en la lengua", em Cuyamel, departamento de Cortés, Honduras, foi assassinado em 13 de setembro
CONSIDERANDO que Juan Carlos Hernández, fotógrafo colaborador e auxiliar de redação no portal La Bandera Noticias, em Yuririra, Guanajuato, México, foi assassinado em 5 de setembro
CONSIDERANDO que Cándido Ríos, repórter do Diario de Acayucan, Acayucan, Veracruz, México, foi assassinado em 22 de agosto
CONSIDERANDO que Salvador Adame Pardo, fundador e diretor geral do portal Canal 6 Media TV, em Francisco J. Múgica, Michoacán, México, foi sequestrado em 18 de maio e seu corpo foi encontrado em 26 de junho
CONSIDERANDO que Victor Funez, que dirigia o programa Informe Noturno do canal 45 TV de La Ceiba, Atlántida, Honduras, foi assassinado em 15 de junho
CONSIDERANDO que Javier Valdez, correspondente de La Jornada e cofundador do semanário Río Doce em Culiacán, Sinaloa, México, foi assassinado em 15 de maio
CONSIDERANDO que Jonathan Rodríguez, repórter do semanário Costeno em Autlán, Jalisco, México, foi assassinado em 15 de maio
CONSIDERANDO que Maximino Rodríguez Palacios, jornalista do portal Colectivo Perica e autor da coluna "Es mi opinión", La Paz, Baja California, Sur, México, foi assassinado em 14 de abril
CONSIDERANDO que foram condenados os assassinos materiais dos jornalistas Flor Alba Núñez na Colômbia; e de Danilo López e Francisco Salazar na Guatemala
CONSIDERANDO que na Colômbia prescreveram dois casos de jornalistas, os de Santiago Rodríguez Villalba, em 2 de fevereiro e de Freddy Elles Ahumada, em 18 de março, e teme-se que também prescreverão os de Alejandro Jaramillo Barbosa, em 24 de outubro; Francisco Castro Menco, em 8 de novembro e Jairo Elías Márquez Gallego, em 20 de novembro
CONSIDERANDO que o caso de Gerardo Bedoya, assassinado em 20 de março de 1997 na Colômbia, foi declarado em 2 de março como um crime contra a humanidade, evitando sua prescrição; e que o Estado se mostrou disposto a iniciar um diálogo com a SIP para acordar uma solução amistosa
CONSIDERANDO que o alto nível de impunidade no Peru se manifesta em um dos casos mais emblemáticos, o de Hugo Bustíos, correspondente em Ayacucho da revista Caretas, assassinado em 24 de novembro de 1988 e que pelo crime o ex-ministro do Interior Daniel Urresti foi acusado como autor intelectual
CONSIDERANDO que o Princípio 4 da Declaração de Chapultepec estabelece que: "O assassinato, o terrorismo, o sequestro, as pressões, a intimidação, a prisão injusta dos jornalistas, a destruição material dos meios de comunicação, a violência de qualquer tipo e a impunidade dos agressores restringem severamente a liberdade de expressão e de imprensa. Estes atos devem ser investigados com presteza e punidos severamente".
A 73ª ASSEMBLEIA GERAL DA SIP RESOLVE
Condenar o assassinato dos jornalistas Édgar Daniel Esqueda Castro, Juan Carlos Hernández, Cándido Ríos, Salvador Adame Pardo, Javier Valdez, Jonathan Rodríguez e Maximino Rodríguez Palacios no México, e de Carlos Williams Flores e Víctor Funez em Honduras
Insistir junto aos governos e autoridades do México e de Honduras para que cumpram com sua responsabilidade de investigar, identificar os responsáveis materiais e intelectuais e aplicar as punições correspondentes aos envolvidos nestes crimes
Enfatizar que o assassinato de jornalistas e trabalhadores dos meios de comunicação constitui uma forma extrema de censura e que a falta de justiça e a impunidade incentivam outros atos de violência, levando à autocensura como mecanismo de defesa e gerando um efeito inibitório no exercício da liberdade de expressão, de acordo com o disposto pelas entidades internacionais
Instar as autoridades da Colômbia e da Guatemala a continuarem as investigações dos casos de Flor Alba Núñez, Danilo López e Francisco Salazar, até identificar, julgar e punir os incitadores desses crimes
Pedir ao Estado da Colômbia o cumprimento de seu compromisso público de conseguir justiça para os crimes contra jornalistas para evitar que expirem os prazos penais para impor punições, deixando estes assassinatos em total impunidade
Expressar satisfação pela declaração de crime contra a humanidade no caso de Gerardo Bedoya e aceitar a proposta do Estado da Colômbia de iniciar um diálogo que conduza à busca de um acordo de solução amistosa
Exortar as autoridades no Peru a identificarem e julgarem todos os envolvidos no assassinato de Hugo Bustíos, e a iniciarem os mecanismos necessários para reduzir os índices de impunidade nesses crimes
Reiterar que a solidariedade e a denúncia oportuna estão entre os principais antídotos para se opor à violência e aos assassinatos contra jornalistas.