Neste período, o governo fez sérias críticas aos meios de comunicação por não abordarem os aspectos positivos da administração pública.
Em 2 de janeiro, em sua mensagem à Assembleia Nacional o presidente Carlos Varela exortou a mídia "a ser vitrine dos resultados positivos do seu governo", garantindo que, ainda que as notícias devam refletir os problemas enfrentados pelo país, é necessário mostrar a outra realidade.
A mídia criticou o fato de o presidente tentar se intrometer e enfatizou sua missão em prol da fiscalização e prestação de contas da gestão pública.
Em 10 de janeiro, depois de um protesto convocado para denunciar a corrupção, o Conselho de Ministros emitiu uma declaração lamentando "que slogans desrespeitosos promovidos por grupos políticos claramente identificados tenham sido usados pela mídia para gerar notícias, ignorando que os agitadores são líderes que tentam proteger os corruptos dos seus partidos".
Em 8 de fevereiro, o comentarista Juan Carlos Tapia denunciou em seu programa de televisão que o governo executa um plano de campanhas sujas contra jornalistas e afirmou ter sido alvo de ataques por "funcionários de um call center pago com recursos do governo".
A jornalista Mary Triny Zea, do jornal La Prensa, moveu uma ação de habeas data perante a Corte Suprema de Justiça depois que a Assembleia Nacional recusou-se a divulgar informações de domínio público. O habeas data foi concedido e diante da relutância da Assembleia, a Corte admitiu dois incidentes de desacato. A investigação revelou que a Assembleia concedeu mais de 800 milhões de dólares em subsídios e doações a beneficiários na sua maioria falsos.
O Tribunal Eleitoral, considerando que as próximas eleições gerais serão realizadas em maio de 2019 e devido à nova lei sobre tempos e limites de campanhas eleitorais, está promovendo um Pacto Ético Digital que apresentou à mídia. Com isso, pretende que se respeite o período de proibição de propaganda eleitoral, que se evitem as campanhas sujas nas redes sociais e que se promova a violência e a falta de tolerância, e para impedir o uso de contas falsas ou "bots" para desinformar ou orientar de forma maliciosa os eleitores.
O projeto de lei sobre crime cibernético ainda não foi aceito pela sociedade civil e pelos defensores da liberdade de expressão. Foram identificadas várias cláusulas que poderiam afetar o exercício do jornalismo e a livre utilização de fontes.
O Ministério Público continua realizando uma investigação denominada "New Business", baseada em informações da Assembleia Nacional sobre o caso da Editora Panamá-América (EPASA), que em várias ocasiões denunciou ter sido alvo de uma campanha de intimidação do governo. A EPASA considera que essas investigações são represálias aos jornais Panamá-América e Crítica por terem publicado matérias sobre casos de corrupção.
Ricardo Chanis, presidente do Grupo Epasa não voltou ao Panamá desde que participou da Assembleia da SIP que foi realizada no México em 2016, devido a medidas que, não sua opinião, violam seus direitos. Em varias ocasiões e inclusive durante uma missão da SIP ao Panamá, solicitou-se ao Ministério Público que solucionasse o conflito para não prejudicar o funcionamento normal dos jornais.
Continua sendo preocupante o teor do artigo 195 do Código Penal, que criminaliza a injúria e a calúnia quando cometidas através da mídia, embora não haja penalização quando a "suposta vítima" for um funcionário em exercício e com jurisdição nacional. Houve casos em que ex-funcionários usaram este artigo para mover ações judiciais contra jornalistas e executivos da mídia.
Existem preocupações de que as ações judiciais por calúnia e injúria, por serem ilimitadas em termos de quantidade, possam acabar se transformando em ferramentas para fechar os meios de comunicação.
Continua em tramitação no Parlamento Latino-americano (Parlatino), com sede no Panamá, o projeto apresentado pelo parlamentar equatoriano Octavio Villacreces, que pretende aprovar uma Lei do Marco Civil de Comunicações para os países membros do Parlatino, "sobre o direito de livre acesso às comunicações". Pretende também estabelecer mecanismos de controle do Estado para "monitorar e fazer advertências" sobre os conteúdos da mídia.