A liberdade de imprensa foi afetada durante as eleições de novembro como resultado da falta de transparência em relação às verbas utilizadas na campanha política, apesar de existir um Departamento ou Unidade de Política Limpa que exige que os pré-candidatos divulguem os recursos que utilizaram em suas campanhas.
A presidente Xiomara Castro havia prometido em sua campanha que faria várias mudanças para combater a corrupção e promover a transparência, como, por exemplo, eliminar a lei do sigilo, que protegia os funcionários públicos permitindo que não divulgassem suas decisões administrativas, licitações e orçamentos.
A lei do sigilo foi revogada pelo Congresso em 1º de março e teve o respaldo da maioria dos deputados após um longo debate. Sua revogação foi publicada no dia 4 de abril no diário oficial.
A lei, aprovada em 24 de janeiro de 2014, violava o direito de acesso à informação pública e o princípio de transparência por proteger informações restritas, confidenciais, sigilosas e ultrassecretas de mais de 20 ministérios e departamentos do governo por cinco, dez e até 25 anos.
Em 9 de janeiro, Pablo Isabel Hernández Rivera, de 34 anos, foi assassinado quando se dirigia para a igreja no município de San Marcos de Caiquín, no departamento de Lempira. Hernández Rivera foi diretor e jornalista da estação de rádio comunitária Tenán 94.1 F.M, La voz indígena Lenca, e era conhecido em sua comunidade pela cobertura crítica que realizava das questões locais. A estação de rádio também transmitia o programa "Voces contra el olvido", do Comitê de Familiares de Presos Desaparecidos em Honduras (COFADEH).
A Comissão Interamericana de Direitos Humanos e sua Relatoria Especial para a Liberdade de Expressão foram informadas de que nos últimos anos Hernández Rivera havia denunciado ameaças contra sua vida e solicitado às autoridades que investigassem o caso.
De acordo com a organização Repórteres sem Fronteiras, 85 jornalistas ou donos de meios de comunicação foram mortos nos últimos 20 anos, sendo que três em 2019 e quatro em 2020.
Em março, Claudia Ramírez, deputada do Partido Salvador de Honduras (PSH), apresentou um projeto propondo que a Conatel instruísse as empresas de rádio e televisão do país a "fazerem, de forma obrigatória e gratuita, anúncios de flagelos sociais, cumprindo assim uma função educacional dentro das sociedades".
O presidente da Associação Hondurenha de Imprensa (APH), Carlos Ortiz, criticou a iniciativa, afirmando ser uma interferência no conteúdo da mídia.
A Associação dos Meios de Comunicação (AMC) rejeitou a iniciativa, que procura impor a divulgação obrigatória de mensagens ordenadas por decreto do Estado, considerando-a abusiva e populista, uma intervenção flagrante da iniciativa privada.
O diretor executivo do jornal El Heraldo, Carlos Mauricio Flores, denunciou ao Ministério Público as ameaças de morte recebidas pelo jornalista do jornal, Yony David Bustillo Centeno.
Yuri Mora, porta-voz do Ministério Público, disse que a Promotoria Especial para a Proteção dos Defensores dos Direitos Humanos, Jornalistas, Comunicadores Sociais e Operadores de Justiça fez investigações nas principais localidades do Corpo de Bombeiros que constavam nas denúncias do El Heraldo sobre compra irregular de carros de bombeiros.