México

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78 Assembleia Geral

27 – 30 de outubro de 2022

Madri, Espanha

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A violência contra os jornalistas continuou sendo a regra durante este período. Onze jornalistas foram assassinados no interior do país, onde o crime organizado está enraizado. No entanto, não se descartou a possibilidade de vínculos políticos em nenhum dos assassinatos.

A impunidade continua sendo uma constante diante dessa violência. Nenhum dos casos foi elucidado e, embora investigações estejam supostamente sendo realizadas, não houve notícia da prisão dos autores intelectuais ou materiais desses crimes.

A reação automática do governo é lamentar a morte dos repórteres, prometer investigações sérias e acusar a mídia de usar esses casos para atuar como "imprensa marrom" e denegrir o governo mediante exageros. Diante dos altos índices de criminalidade, o governo alimentou o debate ao propor que a Guarda Nacional fosse subordinada ao Exército e não a órgãos civis.

Desde que tomou posse, em dezembro de 2018, o presidente Andrés Manuel López Obrador não parou de acusar os jornalistas de fazerem parte de uma conspiração de empresários para abalar seu governo. Ele afirma que os ataques da mídia ocorrem porque a mídia e os jornalistas perderam privilégios de publicidade e regalias.

Em sua fala matinal das quartas-feiras, o presidente mantém o segmento "Quem é quem nas mentiras", no qual refuta os meios de comunicação críticos a seu governo usando mentiras, dados parciais ou fazendo desmentidos sem apresentar provas.

Pressionado pelo número de jornalistas assassinados, o presidente disse que em 15 dias apresentaria um relatório sobre as investigações, o que ele não fez ou fez apenas parcialmente, já que não houve avanço algum.

A organização Artículo 19 apresentou um relatório sobre o primeiro semestre do ano em que documentou 331 agressões contra a imprensa e destacou que o Estado tem sido, nos últimos 15 anos, o principal agressor do jornalismo.

Durante o atual governo, os gastos em comunicação social para anunciar ações e políticas são reduzidos a cada ano. Há uma prática discricionária e obscura para a distribuição de publicidade oficial.

Em 8 de setembro de 2021, a Suprema Corte decidiu que o Congresso deveria corrigir as omissões detectadas na Lei Geral de Comunicação Social porque permitia gastos discricionários com publicidade do governo. Afirmou também que deveriam ser estabelecidos critérios transparentes e claros para a distribuição de publicidade.

A Câmara dos Deputados, controlada pelo partido governista Morena, teria até 30 de abril deste ano para modificar a lei, mas argumentou que a prorrogação judicial era até outubro deste ano, e nenhuma correção ainda foi feita.

Assassinatos de jornalistas:

Em 22 de agosto, Fredid Román, diretor e dono do jornal La Realidad, de Chilpancingo, em Guerrero, foi assassinado dentro do seu carro. Ele era editor dos diários Palabra e Expresión Popular, até que finalmente decidiu fundar seu próprio jornal impresso. Testemunhas disseram que Román for morto depois de dar palestras, e que o assassino o esperava na saída do evento. Horas antes, o jornalista havia publicado sua última coluna, "Crime de Estado sem culpar o chefe", na qual denunciava uma investigação morna do governo de Andrés Manuel López Obrador sobre o caso Ayotzinapa. Havia também postado um vídeo ao vivo de um evento com a governadora Evelyn Salgado. A Procuradoria-Geral de Guerrero disse que está investigando uma possível ligação entre a morte do jornalista e o assassinato de seu filho em 1º de julho.

Juan Arjón López, um jornalista de 62 anos, ficou desaparecido durante uma semana até que seu corpo foi encontrado em 16 de agosto em San Luis Río Colorado, Sonora, perto da fronteira com a Baja California. Ele era diretor do site "A qué le temes" desde 2020, em que publicava notícias policiais e comunitárias e, segundo a autópsia, morreu de lesão cerebral traumática.

Em 11 de agosto, quatro funcionários da Mega Radio Networks em Ciudad Juárez, Chihuahua, foram assassinados. A equipe do programa da rádio Switch 105.9 FM, composta por Allan González, locutor; Lino Flores, promoções; Armando Guerrero, gerente de operações, e Alex Arriaga, guarda-costas, fazia a transmissão ao vivo do estacionamento de uma pizzaria quando vários pistoleiros saíram de uma caminhonete e atiraram nos clientes e neles quando viram a caminhonete da estação. Naquele dia, membros do crime organizado fizeram ataques violentos contra civis e empresas na cidade.

Em 3 de agosto, Ernesto Méndez foi assassinado. Um grupo armado invadiu um bar em San Luis de la Paz, Guanajuato, e atirou em seis pessoas. Quatro pessoas morreram, entre elas o jornalista que celebrava com parentes e amigos o fato de ter recebido uma autorização para a realização da Feria del Noroeste, evento organizado por ele e outros empresários, segundo o site Zona Franca. A polícia trabalha com quatro linhas de investigação, uma delas relacionada ao seu trabalho como jornalista. O roubo ao estabelecimento de sua família foi supostamente a causa do assassinato, segundo afirmou Ricardo Mejía Berdeja, subsecretário federal de segurança e proteção do cidadão, em 11 de agosto. Um homem chamado Roberto e conhecido como "El Borrachito", de 22 anos, foi indiciado como o suposto assassino.

Em 29 de junho, Antonio de la Cruz, repórter do jornal Expreso, foi morto em Ciudad Victoria, Tamaulipas, enquanto dirigia sua picape na companhia da filha. Uma das balas atravessou seu corpo e entrou na cabeça da filha, que morreu no hospital. Antes de seu assassinato, o jornalista havia publicado matérias sobre uma quadrilha que roubava cartões de débito, a não alocação de 600 cargos para profissionais de saúde e a compra de suprimentos médicos a preços exorbitantes para a pandemia de Covid-19 por meio de contratos de milhões de dólares com empresas de fachada.

Em 9 de maio, foram assassinadas em Cosoleacaque, Veracruz, Yesenia Mollinedo e Sheila Johana García, diretora e repórter do jornal Veraz, respectivamente. Mollinedo tinha dito à mãe que estava com medo porque tinha recebido ameaças telefônicas de pessoas que diziam conhecer suas rotas de trabalho. No dia do crime, elas tinham ido cobrir a apreensão de armas em Minatitlán e a prisão de três pessoas. Depois de terminarem o trabalho, foram interceptadas por dois homens que fizeram 16 disparos contra as duas antes de fugirem em motocicletas. Yesenia morreu instantaneamente; Johana morreu a caminho do hospital. Pouco menos de uma semana dos assassinatos, a Procuradoria-Geral de Veracruz reconheceu que havia prendido por engano um estudante de Xalapa em vez do suposto assassino.

Em 5 de maio, Luis Enrique Ramirez, diretor fundador do site de notícias Fuentes Fidedignas e principal colunista do jornal El Debate, foi assassinado em Sinaloa. O corpo do jornalista foi deixado ao sul da colônia Antorchista em Culiacán por homens de carro. A autópsia revelou que ele morreu por traumatismo craniano. Em 27 de maio, o presidente Andrés Manuel López Obrador garantiu que o caso estava "praticamente elucidado"; uma semana e meia depois, em 6 de junho, a Procuradoria-Geral de Sinaloa disse que o assassinato de Ramírez não tinha relação com sua atividade profissional. No entanto, em 21 de julho, o subsecretário de segurança e proteção do cidadão, Ricardo Mejía Berdeja, informou que Brysia Carolina "F", acusada do crime de ocultação por favorecimento, tinha sido presa e acusada. Em 9 de agosto, a mulher recebeu um benefício para aguardar em liberdade o julgamento.

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