Desde que tomou posse, em maio, o novo presidente, Rodrigo Chaves, atacou a liberdade de imprensa, e houve momentos tensos. O presidente estigmatizou alguns veículos de comunicação, como o La Nación, Canal 7 e CR HOY, chamando-os de "imprensa canalha" e "meios de difamação", em resposta a questionamentos e a reportagens investigativas sobre o governo.
Durante a campanha eleitoral de Chaves à presidência, a mídia publicou matérias sobre acusações de assédio sexual ocorrido há mais de dez anos, durante o período em que ele foi economista do Banco Mundial, e sobre supostas irregularidades no financiamento de suas atividades políticas.
No que foi considerado um ataque indireto à liberdade de imprensa, no dia 8 de julho o Ministério da Saúde suspendeu a licença sanitária do Parque Viva, um centro de entretenimento de propriedade do Grupo La Nación. O ministério justificou a suspensão explicando que havia recebido denúncias anônimas e após avaliar as dificuldades de acesso ao Parque Viva para veículos do Corpo de Bombeiros e da Cruz Vermelha. A medida foi tomada dias depois de o presidente Chaves apresentar dados sobre a compra de títulos emitidos por La Nación S.A. no mercado de ações entre 2013 e 2014 e questionar a situação econômica da empresa, segundo denúncias do jornal. O governo insistiu que a medida estava relacionada a questões de falta de segurança e não violava a liberdade de expressão. Em uma coletiva realizada após o incidente, Chaves disse: "A liberdade de imprensa na Costa Rica goza de plena saúde. Tem um governo que a defenderá a todo custo. Algum meio de comunicação foi fechado? Algum jornalista foi preso? Alguma impressora rotativa parou? Obviamente não."
Em 21 de outubro, a Sala Constitucional emitiu decisão contra o governo, declarando que havia cometido uma "violação indireta da liberdade de imprensa" ao ordenar o fechamento do Parque Viva em julho. A decisão incluiu a anulação da ordem sanitária emitida na ocasião pelo ministério da Saúde contra o centro de entretenimento e o pagamento de custas e prejuízos causados.
O recurso de amparo, impetrado pelo diretor e por vários jornalistas do La Nación, argumentou que o governo havia tomado as medidas para exercer censura indireta, "por meio de pressões econômicas sobre as empresas relacionadas com o meio".
Em julho, a jornalista Vilma Ibarra, do programa de rádio "Hablando Claro", impetrou recurso de amparo contra uma ex-ministra da Comunicação e o secretário de comunicação da presidência, depois que eles se negaram a participar do seu programa. O tribunal decidiu parcialmente a seu favor e a Associação de Jornalistas apoiou o recurso.
Em setembro, a ministra da Saúde ordenou que não se fizessem declarações à mídia. Porém, a 4ª Vara acolheu um recurso e forçou o ministério a suspender a ordem, afirmando que não se pode recusar informações à mídia.
Em um incidente inusitado, o governo ordenou em setembro que os jornalistas que fazem a cobertura do conselho de ministros colocassem seus nomes em um recipiente para que se fizesse uma escolha aleatória de quais jornalistas poderiam fazer perguntas.
Em 23 de maio, a Corte Interamericana de Direitos Humanos emitiu uma sentença considerada "histórica", declarando a responsabilidade internacional do Estado costarriquenho pela violação do direito à liberdade de pensamento e expressão dos jornalistas Ronald Moya Chacón, editor do La Nación, e Freddy Parrales Chaves, correspondente do jornal. A decisão se refere a uma condenação civil pela publicação de uma reportagem em 17 de dezembro de 2005 relativa a irregularidades no transporte de bebidas alcoólicas para Costa Rica na região da fronteira com o Panamá. O artigo denunciava vários policiais que estavam envolvidos no contrabando. A Corte Interamericana pediu que a responsabilidade civil esteja alinhada, não apenas na Costa Rica, mas em todo o continente, aos padrões interamericanos, a fim de proteger a liberdade de expressão no uso de informações de interesse público divulgadas de boa-fé.