CONSIDERANDO que, desde a Reunião de Meio realizada em abril de 2022, 25 jornalistas e profissionais da mídia foram assassinados por motivos aparentemente relacionados ao seu trabalho: 11 no México, 3 na Colômbia, 3 no Haiti, 2 em Honduras e Equador, e 1 cada um no Brasil, Chile, Estados Unidos e Paraguai. No total, durante 2022, foram assassinados 38 jornalistas e profissionais da mídia em dez países das Américas − 19 no México, 6 no Haiti, 3 em Honduras e Colômbia; 2 no Equador e 1 cada um na Guatemala, Chile, Brasil, Paraguai e Estados Unidos
CONSIDERANDO que, no México, foram assassinados: Fredid Román, colunista do programa de notícias on-line "La Realidad de Guerrero", em Chilpancingo, Guerrero, em 23 de agosto; Juan Arjón López, diretor do portal A qué le temes, em San Luis Río Colorado, Sonora, em 16 de agosto; Ernesto Méndez, diretor editorial do jornal Tu Voz, em Guanajuato, Guanajuato, em 2 de agosto; Antonio de la Cruz, jornalista do jornal Expreso, em Ciudad Victoria, Tamaulipas, em 29 de junho; Yessenia Mollinedo Falconi, diretora do jornal El Veraz, e Sheila Johana García Olivera, cinegrafista e repórter do mesmo jornal, em Cosoleacaque, Veracruz, em 9 de maio; e Luis Enrique Ramírez, colunista do jornal El Debate, em Culiacán, Sinaloa, em 4 de maio. Também foram assassinados os funcionários da rádio Switch 105,9 FM Allan González, locutor; Lino Flores, da área de promoções; Armando Guerrero, diretor de operações, e Alex Arriaga, guarda-costas, em Ciudad Juárez, Chihuahua, em 11 de agosto
CONSIDERANDO que, no Haiti, foram assassinados: Tess Garry, jornalista, Radio Lebon FM, na cidade de Les Cayes, em 24 de outubro; Frantzsen Charles, repórter da FS NEWS, e Tayson Lartigue, diretor da página Tijèn Jounalis no Facebook, em Cité Soleil, Porto Príncipe, em 11 de setembro de 2022
CONSIDERANDO que, na Colômbia, foram assassinados: Rafael Emiro Moreno, diretor do site Voces de Córdoba, em Montelíbano, Córdoba, em 16 de outubro; Dilia Contreras, diretora do programa digital "La Bocina Col", e Leiner Montero, diretor da estação de rádio comunitária Sol Digital Stereo, em Fundación, Magdalena, em 28 de agosto
CONSIDERANDO que, no Equador, foram assassinados: Gerardo Delgado, dono do meio digital Ola Manta, em Manta, Manabí, em 10 de agosto, e Mike Cabrera, diretor do portal Nexo Digital, em Portoviejo, Manabí, em 24 de julho
CONSIDERANDO que, em Honduras, foram assassinados Edwin Josué Andino, produtor do canal La Tribuna TV (LTV) em Tegucigalpa, em 10 de outubro; e que Ricardo Ávila, jornalista e cinegrafista do canal e rádio Metro em Choluteca, Choluteca, foi agredido em 25 de maio e morreu em 29 de maio
CONSIDERANDO que, no Brasil, foi assassinado Dominic (Dom) Phillips, jornalista britânico e colaborador do jornal The Guardian, no Vale do Javari, na Amazônia, em 5 de junho
CONSIDERANDO que no Chile, Francisca Sandoval, repórter do canal comunitário da TV Señal 3 em La Victoria, foi baleada na cabeça em 1º de maio em Santiago e morreu em 12 de maio
CONSIDERANDO que, nos Estados Unidos, foi assassinado Jeff German, repórter investigativo do jornal Las Vegas Review-Journal, em Las Vegas, Nevada, em 2 de setembro
CONSIDERANDO que, no Paraguai, foi assassinado Humberto Andrés Coronel Godoy, repórter da Rádio Amambay, em Pedro Juan Caballero, Amambay, em 6 de setembro
CONSIDERANDO que, na Colômbia, prescreveram durante este semestre quatro assassinatos de jornalistas ocorridos em 2002: Walter López e Héctor Sandoval, Víctor Ómar Acosta e Mario Prada Díaz, casos que agora gozam de total impunidade
CONSIDERANDO que o princípio 4 da Declaração de Chapultepec estabelece que: "O assassinato, o terrorismo, o sequestro, as pressões, a intimidação, a prisão injusta dos jornalistas, a destruição material dos meios de comunicação, qualquer tipo de violência e impunidade dos agressores afetam seriamente a liberdade de expressão e de imprensa. Esses atos devem ser investigados com presteza e punidos severamente"
A 78ª ASSEMBLEIA GERAL DA SIP DECIDE
Condenar os assassinatos de Fredid Román, Allan González, Lino Flores, Armando Guerrero, Alex Arriaga, Ernesto Méndez, Antonio de la Cruz, Yessenia Mollinedo Falconi, Sheila Johana García Olivera, Luis Enrique Ramírez e Juan Arjón López, no México; Tess Garry, Frantzsen Charles e Tayson Lartigue, no Haiti; Dilia Contreras, Leiner Montero e Rafael Emiro Moreno, na Colômbia; Gerardo Delgado e Mike Cabrera, no Equador; Ricardo Ávila e Edwin Josué Andino, em Honduras; Dominic (Dom) Phillips, no Brasil; Francisca Sandoval, no Chile; Jeff German, nos Estados Unidos; e Humberto Andrés Coronel Godoy, no Paraguai
Reiterar o pedido aos governos do México, Haiti, Colômbia, Equador, Honduras, Brasil, Chile, Estados Unidos e Paraguai para que cumpram sua responsabilidade de identificar todos os responsáveis pelos assassinatos e aplicar as sanções correspondentes, para que esses assassinatos não fiquem impunes e para que se faça justiça
Instar o governo colombiano a que aumente seus esforços para evitar que os crimes contra a imprensa fiquem sem punição pela falta de avanço nas ações criminais
Continuar alertando sobre o alto nível de violência enfrentado pelos jornalistas durante seu trabalho e sobre a necessidade urgente de sistemas de proteção eficientes para garantir a segurança dos profissionais da mídia
Destacar que o assassinato e o desaparecimento de jornalistas e profissionais da mídia representam uma forma extrema de censura, e que a falta de justiça e a impunidade incentivam outros atos de violência, criando um efeito inibidor para o exercício da liberdade de expressão e da liberdade de imprensa.