Em um período relativamente calmo em termos de liberdade de imprensa, uma proposta do governo gerou uma reação negativa da oposição. Trata-se do projeto de lei C-51, que confere poderes sem precedentes às agências de segurança do país. Várias organizações de liberdade de expressão reagiram de forma crítica. Uma delas foi a Open Media, que declarou que se o projeto de lei fosse aprovado “criminalizaria a liberdade de expressão”.
No que classificaram de resposta à ameaça cada vez maior à liberdade de expressão, vários grupos, entre eles a PEN Canadá, Associação Canadense de Liberdades Civis e Jornalistas Canadenses pela Liberdade de Expressão (CJFE), apresentaram o Rastreador de Censura, uma ferramenta de mapeamento que permite ao público denunciar os casos de censura e de restrições à liberdade de expressão, com objetivo de monitorar as violações. Os jornalistas foram convidados a utilizar a ferramenta.
A importância da liberdade de imprensa ficou clara na cobertura do tiroteio que ocorreu no Parlamento de Ottawa em 2014 e que deixou pelo menos dois mortos. Os jornalistas que cobriram o evento disseram que foram bem tratados pela polícia e que puderam fazer seu trabalho sem problemas, informou o CJFE.
Mohsin Abbas, jornalista paquistanês recém-chegado ao Canadá após fugir das ameaças e da violência do seu país natal, disse que ele e sua família receberam novas ameaças em Halton depois que ele escreveu uma matéria com o título “Como os candidatos paquistaneses nos envergonham nas pesquisas”. Abbas trabalhou um ano no jornal Hamilton Spectator através de um programa de treinamento de jornalistas formados no exterior.
O mesmo jornal publicou em novembro uma matéria de 32 páginas sobre o assassinato, em 1983, de um mafioso e a luta de mais de 16 anos para obter informações retidas pela polícia. A história levanta “perguntas inquietantes sobre a polícia, a justiça e a liberdade de informação”, comentou a organização IFEX.
Em novembro, o Chronicle Herald, de Halifax, Nova Scotia, violou uma proibição do tribunal sobre a proibição de publicar o nome de uma vítima de estupro, prevista nas leis canadenses sobre pornografia infantil. O jornal alegou que era de interesse público, já que o nome da jovem era de “conhecimento geral” e sua foto havia sido publicada na primeira página do jornal.
Em 12 de fevereiro, a PEN Canadá emitiu um relatório em que expressa sua satisfação com a libertação, no Cairo, do jornalista egípcio-canadense Mohamed Fahmy, e pediu às autoridades egípcias que retirassem todas as acusações contra Fahmy e outros correspondentes da Al-Jazeera que estão também em liberdade condicional.
Madrid, Espanha