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Barbados O diretor do Banco Central de Barbados, Delisle Worrell, indicou no início do ano que proibiria todos os jornalistas do jornal Nation de participarem de coletivas de imprensa e outros eventos do Banco Central, decisão que foi condenada por acadêmicos, políticos da oposição e comentaristas sociais. O que o diretor do Banco Central instituiu foi a redução das coletivas de imprensa para discutir a situação da economia depois de cada apresentação trimestral online. A realização de uma coletiva para fornecer aos jornalistas mais detalhes e responder suas perguntas se tornou norma durante muitos anos. Foi durante o segundo semestre de 2014 que três empregados do Nation – a editor Vivian-Anne Gittens, o diretor adjunto Eric Smith e o editor adjunto Barry Alleyne – foram interrogados pela polícia sobre uma matéria escrita por Alleyne e publicada em 17 de julho de 2103, relativa à retirada da oposição da Câmara da Assembleia. Até o final do ano a polícia não havia apresentado resultados sobre o assunto abordado na matéria que havia supostamente violado normas parlamentares. O incidente que chamou a atenção da mídia, porém, mesmo que não envolvesse jornalistas, foi a decisão da polícia de acusar criminalmente um blogueiro por suas ações ao usar a mídia social. Barbadian Omar Shawn Watson, de 39 anos, compareceu no final de novembro de 2014 perante o tribunal por ser acusado de enviar por computador mensagens que continham ameaças. Ele se declarou inocente e foi libertado mediante fiança de 500 dólares e deverá se apresentar novamente este ano. A polícia disse que a mensagem  havia causado preocupação, angústia e ansiedade ao ministro de Transportes e Obras, Michael Lashley. O incidente provocou um amplo debate público, visto que muitas pessoas postaram comentários no Facebook e em websites que serão agora alvo de maiores investigações da polícia. A Polícia de Barbados disse que havia notado o uso da mídia social “para enviar mensagens maliciosas que à vezes podem ser prejudiciais para a reputação das pessoas”. Disse também: “Estamos avisando as pessoas para desistirem desse tipo de comportamento que constitui crime e que, após denunciado, resulta em investigação”. Barbados ainda não possui uma Lei sobre Liberdade de Informação, e a reforma proposta para a Lei de Difamação ainda não foi apresentada e discutida na Assembleia Legislativa. Trinidad e Tobago Duas realidades prementes influenciaram a liberdade de imprensa neste período. ° A iminência das eleições gerais aguçou, como se previa, os intercâmbios políticos; e ° A tendência de diminuição da receita com as principais exportações de energia de Trinidad e Tobago aumentou a ansiedade sobre a manutenção da prosperidade e nível de qualidade de vida do país. Entidades da mídia continuaram a aproveitar ao máximo as oportunidades apresentadas por vazamentos de informações e denúncias internas, dos círculos oficiais. A cobertura de irregularidades e possíveis ocultamentos provocou demissões e renúncias de membros de alto escalão de ministérios. Informar sobre crimes de grande repercussão recorrendo a fontes de informações privilegiadas tem chamado a atenção sobre a mídia, de forma positiva e negativa. Essa tem sido a área de onde provêm, com mais frequência, as ameaças mais sérias à liberdade e ao trabalho dos profissionais da imprensa. Um jornalista que recebeu ameaças de morte de criminosos saiu temporariamente de Trinidad e Tobago para se manter em segurança. A prevalência da mídia social e as possibilidades de crowdsourcing, com a presença de smartphones em todos os lugares têm criado desafios e facilidades para o trabalho da mídia. Materiais e imagens exclusivos, fornecidos por “cidadãos jornalistas” desconhecidos oferecem opções frequentemente irresistíveis aos editores e produtores de notícias, os quais se deparam com o decisão de assumir a responsabilidade pela autenticidade das “notícias” que não foram produzidas por eles. Outros tópicos importantes: ° O presidente da República fez um uso extraordinário dos seus recursos oficiais para ameaçar de mover ação judicial contra um locutor de rádio que criticado as roupas da esposa do chefe de Estado. Cinco messes depois, o incidente se mantém apenas no nível da ameaça. ° Por motivos não esclarecidos, durante a visita do presidente da Venezuela a Porto de Espanha, a mídia de Trinidad e Tobago teve seu acesso negado à cobertura do evento, acesso que foi autorizado aos jornalistas venezuelanos. ° Ameaças e intimidações provenientes de várias fontes, entre as quais se destaca os maus tratos a um cinegrafista por parentes de uma pessoa acusada em frente a um tribunal, são um constante lembrete para a mídia da realidade por vezes desconcertante que enfrenta.

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