Durante esse período, foram registradas constantes agressões e ameaças aos jornalistas, numa época dominada por uma crise social e política que adia indeterminadamente a realização de eleições legislativas, municipais e presidenciais.
A oposição pede a renúncia do presidente Jovenel Moise e alega que é impossível realizar comícios devido ao clima de insegurança.
Em 14 de setembro, Patrick Moussignac, diretor-geral da Rádio Télé Caraïbes, alertou que organizações anônimas anunciaram nas redes sociais "ataques iminentes" contra a emissora. A Associação Nacional de Meios do Haiti (ANMH) condenou as ameaças e garantiu que a Constituição e as leis "garantiam a liberdade de imprensa e a liberdade de expressão como pilares que alimentam o pluralismo ideológico".
Continuam as agressões físicas a jornalistas em todo o país.
Em 29 de abril, a ANMH e a organização Meios Independentes do Haiti (AMIH) denunciaram a agressão física sofrida por Georges Allen, jornalista da Radio Télévision Caraibes (RTVC), em Delmas 33, durante o toque de recolher. O jornalista possuía credencial e autorização para transitar emitida para profissionais da imprensa.
As associações de imprensa exigiram que o governo e o gabinete geral da Polícia Nacional Haitiana abrissem inquérito sobre o incidente para identificar os envolvidos no ato de violência e punir os culpados.
A ANMH e a AMIH exigiram o fim de todos os atos de violência contra a imprensa e afirmaram que os jornalistas e os meios de comunicação, suas vidas e propriedades "são alvo diário de ataques no Haiti, e o governo deve assumir sua responsabilidade".
A Associação de Jornalistas Haitianos (AJH) denunciou atos de intimidação e agressões contra três jornalistas. Cenès Joseph, repórter da rádio Phénix Inter e correspondente da Radio Sans Fin (RSF) em Maïssade, denunciou que estava sendo ameaçado desde 9 de julho por ativistas apoiadores do partido Tèt kale (PHTK), do governo. Em 28 de julho, o cinegrafista e repórter da rádio TV Mégastar, Sétoute Yvens, foi agredido em Cité Soleil.
Pradel Alexandre, correspondente da Radio Nationale d'Haïti (RNH) en Saint-Marc e presidente da Federação de Jornalistas Artibonite (FEJA), recebeu ameaças de morte do líder da quadrilha de Savien, em Petite-Rivière de l'Artibonite, Odma Louissaint.
As associações de jornalistas e a Repórteres sem Fronteiras reclamaram junto às autoridades pelo ambiente de precariedade e vulnerabilidade a que os jornalistas são expostos todos os dias.
A organização Repórteres sem Fronteiras afirmou que alguns jornalistas continuam sendo alvo de intimidação e agressões, principalmente durante a cobertura de protestos.