CONSIDERANDO que a sustentabilidade do jornalismo, durante e depois da pandemia, é responsabilidade das democracias nas Américas, como se reafirmou na "Carta aberta da Sociedade Interamericana de Imprensa", de 10 de julho
CONSIDERANDO que as sociedades modernas reconhecem a liberdade de imprensa e o trabalho da mídia como pilares fundamentais para a democracia, o respeito aos direitos humanos, a contenção das forças autoritárias e para o exercício de uma cidadania plena e informada
CONSIDERANDO que a SIP tem como princípio fundamental a defesa desses pilares, que precisam se traduzir em empresas jornalísticas que atuem com sustentabilidade e autonomia
CONSIDERANDO que, na última década, as mudanças tecnológicas, ao mesmo tempo em aumentaram o alcance da mídia, geraram enormes disparidades econômicas nas plataformas digitais globais, colocando sob enorme pressão a viabilidade financeira dos meios de comunicação
CONSIDERANDO que a ausência de um modelo econômico claro e universalmente sustentável coloca em risco o papel da mídia como fornecedora de informações confiáveis e de qualidade, diante de plataformas tecnológicas globais em que podem proliferar a desinformação e as notícias falsas
CONSIDERANDO que essa situação se tornou ainda mais crítica com a pandemia da Covid-19 que afetou dramaticamente a receita e o capital de giro dos meios de comunicação
CONSIDERANDO que, apesar das grandes dificuldades econômicas que surgiram como consequência da crise na saúde, as empresas jornalísticas, classificadas entre as atividades essenciais, intensificaram seu trabalho, promovendo a conexão essencial entre os governos e os cidadãos que necessitam de informações confiáveis
CONSIDERANDO que a importância cada vez maior de informações confiáveis e geradas pelas empresas jornalísticas contrasta com esse paradigma de crise econômica, e que o setor dos jornais está atualmente passando por uma tempestade perfeita, que representa uma ameaça imediata à sobrevivência do jornalismo na democracia
CONSIDERANDO que muitos países desenvolvidos, especialmente na União Europeia, começaram a abordar esse problema global crítico por meio de políticas públicas transparentes, não discriminatórias e respeitando-se a independência editorial dos meios de comunicação, cujas consequências contribuirão para a sustentabilidade do jornalismo
CONSIDERANDO que a Declaração de Chapultepec estabelece em seu primeiro princípio que: "Não há pessoas nem sociedades livres sem liberdade de expressão ou de imprensa. O exercício dessa não é uma concessão das autoridades, é um direito inalienável do povo"
A 76ª ASSEMBLEIA GERAL DA SIP RESOLVE
Reiterar aos governos democráticos do hemisfério ocidental a importância estratégica desse tema e instá-los a avançar, a debater e adotar políticas públicas que garantam a sobrevivência do jornalismo na democracia
Garantir a viabilidade e a permanência do jornalismo independente e dos meios de comunicação profissionais, que são essenciais para as nações livres e democráticas em períodos de crise e de emergência.