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Contra o silêncio.

SIP destaca o trabalho da Rede Latino-Americana de Jornalismo no Exílio durante o Colóquio do ISOJ

O diretor executivo da SIP, Carlos Lauría, apresentou o projeto diante de jornalistas da América Latina reunidos no Colóqui

21 de abril de 2025 - 21:01

Miami (31 de março de 2024) – O Colóquio Ibero-Americano de Jornalismo Digital, realizado em Austin como parte do Simpósio Internacional de Jornalismo Online (ISOJ, na sigla em inglês) na Universidade do Texas, foi o cenário ideal para dar visibilidade ao trabalho da Rede Latino-Americana de Jornalismo no Exílio (RELPEX).

Essa iniciativa da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), lançada oficialmente na Costa Rica no final de janeiro, busca fortalecer o exercício do jornalismo por parte de repórteres e meios que foram obrigados a deixar seus países e operar a partir do exílio, em razão de perseguição política, violência ou censura.

O diretor executivo da SIP, Carlos Lauría, apresentou o projeto diante de jornalistas da América Latina reunidos no Colóquio, um espaço que anualmente promove o intercâmbio sobre os desafios e oportunidades do jornalismo digital na Ibero-América.

“O jornalismo no exílio tornou-se a última linha de defesa diante do apagão informativo imposto pelos regimes autoritários. Apesar do desarraigo, esses jornalistas continuam exercendo sua função informativa, desafiando o silêncio e a censura”, afirmou Lauría.

A RELPEX iniciou suas atividades em outubro de 2024 e atualmente conta com cerca de 200 membros, provenientes principalmente da Venezuela, Nicarágua, Cuba, El Salvador, México e Equador. Muitos deles agora vivem em países como Costa Rica, Estados Unidos ou Espanha.

No entanto, apenas um terço permanece vinculado de forma constante a um meio de comunicação; outro terço colabora esporadicamente e o restante precisou abandonar o jornalismo para sobreviver no país de acolhimento.

“A perseguição ao jornalismo independente nos últimos anos agravou essa crise. É fundamental impedir que essas vozes sejam silenciadas e que o jornalismo independente continue alimentando nossas democracias”, acrescentou Lauría.

Durante o Colóquio, foi realizado também um painel comovente com jornalistas nicaraguenses no exílio, que relataram a perseguição sistemática, a repressão e a censura exercidas pelo regime de Daniel Ortega. Os exilados compartilharam não apenas suas experiências, mas também a determinação de continuar informando a partir do exílio, apesar dos enormes desafios pessoais e profissionais que enfrentam.

A RELPEX foi possível graças a um fundo semente concedido pela National Endowment for Democracy (NED) e atua de forma colaborativa com organizações como DW Akademie, UNESCO, Instituto de Imprensa e Liberdade de Expressão (IPLEX), Thomson Reuters Foundation, Vita Activa e o Comitê para a Proteção de Jornalistas (CPJ), entre outras.

Entre seus principais programas está um plano de empregabilidade que já permitiu que 10 jornalistas exilados fossem contratados por veículos nos países de acolhimento. Além disso, em parceria com a DW Akademie, está em andamento o projeto "Contando o Exílio", que incentiva a produção de conteúdos jornalísticos a partir da experiência do deslocamento forçado.

Outros componentes da RELPEX incluem:

• fundos de emergência,

• apoio jurídico,

• capacitações online, e

• bolsas de estudo para que 13 jornalistas realizem o diplomado anual do Conselho Latino-Americano de Acreditação da Educação em Jornalismo (CLAEP).

Além disso, graças a uma parceria com a organização Vita Activa, é oferecido atendimento psicossocial especializado tanto para os integrantes da rede quanto para seus familiares, reconhecendo o impacto emocional profundo que o exílio forçado provoca.

A coordenação geral da RELPEX está a cargo da jornalista salvadorenha Mariana Belloso, gestora de projetos para meios em risco da SIP. Pessoas interessadas em integrar a rede podem se inscrever por meio deste formulário.

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