A liberdade de imprensa e o exercício do jornalismo continuam sendo ameaçados pela insegurança jurídica e material que predomina no país e por uma estrutura jurídica que contém normas que violam os padrões internacionais de direitos humanos. Durante esse período, um jornalista foi assassinado.
Em 17 de março, Gabriel Hernández foi assassinado na cidade de Nacaóme, departamento de Valle. Hernández, de 54 anos, apresentava o programa de opinião "El pueblo habla" ("O povo fala"), na Canal Valle TV, no qual denunciava irregularidades na prefeitura e criticava políticos locais. Era também correspondente da Radio Globo de Tegucigalpa. O jornalista ia para casa por volta do meio-dia quando foi interceptado por desconhecidos que atiraram sete vezes contra ele. De acordo com a mídia e com as associações de jornalistas, ele havia pedido proteção porque estava recebendo ameaças, mas seu pedido foi recusado.
Em 28 de março, o jornalista David Romero foi preso, condenado em 2016 a 10 anos de prisão por difamação e difamação. O jornalista e diretor da Rádio Globo é um forte crítico do presidente Juan Orlando Hernández. As forças policiais invadiram violentamente a sede da rádio, onde Romero se refugiara desde 25 de março, quando a decisão de capturá-lo foi tornada pública. O Supremo Tribunal de Justiça rejeitou em janeiro a petição para realizar um novo julgamento e ratificou a sentença de 10 anos de prisão.
É grave a deterioração do acesso a informações públicas, limitado por leis que violam os princípios internacionais. O governo continua fortemente interessado em favorecer a falta de transparência nos assuntos públicos, enfraquecendo os princípios de transparência e divulgação máxima. Continua também ignorando os repetidos pedidos da comunidade internacional para que ajuste esse aspecto de sua legislação.
No âmbito da luta contra a corrupção, houve protestos dos setores público e privado que pretendem restringir o acesso a informações sobre ações judiciais envolvendo assuntos de interesse público, amparando-se no conceito de que a "presunção de inocência" é um valor superior ao da liberdade de expressão.
Durante esse período, aumentou a distribuição da publicidade oficial segundo critérios que foram denunciados pelos jornalistas, os quais consideram que seu trabalho está sendo limitado pela dependência de alguns meios de comunicação da pauta oficial.
Foram registrados mais casos de uso excessivo da força pela polícia, especialmente durante protestos populares. Destaca-se o caso do jornalista Geovanny Sierrad, da UneTV, que foi ferido por uma bala quando cobria um protesto no dia 27 de novembro de 2018, na cidade de Tegucipalga.
O sistema de proteção a jornalistas fornecido pelo governo continua ineficaz, e durante esse período foram registrados vários casos de jornalistas que preferiram deixar o país com suas famílias para proteger sua integridade pessoal.
Quase todos os casos relacionados a morte de jornalistas ou a agressões a pessoas vinculadas à mídia continuam sem punição.
Continuam em vigor elementos que criminalizam e penalizam as críticas a funcionários públicos e relativas a assuntos públicos, e aumentaram as ações judiciais contra jornalistas, que são acusados de difamação.
Aumentaram as campanhas de ódio contra a mídia e jornalistas difundidas através das redes sociais e websites. As denúncias feitas às autoridades ficam sem resposta.