Neste período ainda existem controles rígidos e penalidades para os jornalistas que cobrem a informação considerada inconveniente pelo governo: siga as restrições sobre a disponibilidade de informações e interferência com a tarefa de jornalistas através de um acompanhamento contínuo e tentar acessar fontes de informação.
De acordo com uma pesquisa realizada pela Nanos Research for Canadian Journalists for Free Expression (CJFE), mais da metade da população percebe que a democracia está ameaçada devido à falta de transparência das autoridades no manuseio da informação pública. 67% dos canadenses acreditam que os jornalistas não deveriam ser obrigados a fornecer à polícia material de suas fontes.
A liberdade de expressão e a imprensa enfrentam ameaças ainda maiores. Nos últimos meses, profissionais de mídia e repórteres enfrentaram muitas dificuldades para proteger suas fontes confidenciais. Por outro lado, histórias que são indubitavelmente de interesse público não são divulgadas. As agências encarregadas da segurança nacional têm mais acesso do que nunca aos dados privados dos cidadãos, e não há nenhuma agência que possa defender o direito de cada cidadão de acessar informações de domínio público. Jornalistas, por outro lado, estão cada vez mais sujeitos a espionagem pela polícia estadual.
Certas questões, que se tornaram cada vez mais o foco de atenção, têm a ver especificamente com a falta de acesso a informações sociais, políticas e econômicas básicas. Tais são os casos relacionados à investigação de corrupção na SNC-Lavalin e as posições do governo relacionadas à venda de armas ao governo saudita.
Além disso, neste semestre houve um importante escândalo internacional, relacionado à detenção de Meng Wanzhou, diretor financeiro da Huawei, a grande gigante de telecomunicações da China. A chave para entender as complexidades do problema é o fato de que Wanzhou não é apenas a maior autoridade financeira da corporação, mas também a filha do fundador. Sua prisão desencadeou uma verdadeira guerra diplomática que afetou as relações China-Canadá.
Uma ameaça recente à liberdade de imprensa, já denunciada, estava ligada ao caso de vários jornalistas de Quebec sob vigilância policial, a fim de identificar suas fontes.
Os jornalistas investigaram a má conduta de policiais responsáveis por gangues de rua e tráfico de drogas. A questão essencial - mesmo no centro das coisas no presente - é que, de acordo com a lei natural, a Suprema Corte afirmou no passado que as fontes jornalísticas são protegidas, embora essa proteção deva ser decidida caso a caso. Em outras palavras, não há proteção constitucional do direito de proteger uma fonte.
O direito de se expressar e formar opiniões é uma característica essencial da democracia. No Canadá, a seção 2 (b) da Carta de Direitos e Liberdades protege "a liberdade de pensamento, crença, opinião e expressão, incluindo a liberdade de imprensa e outros meios de comunicação".
Um conceito-chave, no entanto, é que a liberdade de expressão no Canadá não é absoluta. A Seção 1 da Carta permite ao governo aprovar leis que limitam a liberdade de expressão. "Desde que os limites impostos a essa liberdade sejam razoáveis e possam ser justificados em uma sociedade livre e democrática, então essas limitações impostas são razoáveis".
Recentemente, o governo federal anunciou sua intenção de apoiar o jornalismo, introduzindo créditos fiscais e a oferta beneficente de status de redações sem fins lucrativos. Resta saber se essas medidas podem se tornar uma fonte concreta de estímulos diante das crescentes reduções no número de leitores e da crise econômica que afeta a mídia.