Um ataque sério contra a liberdade de imprensa foi registrado no Chile no último período. Por ocasião de um desfile organizado internacionalmente pela mudança climática, três equipes de imprensa de diferentes canais - National Television, Chilevisión e CNN - foram atacadas por uma multidão de participantes da marcha que roubaram ou destruíram seus equipamentos, venceram e, em Em alguns casos, eles os esfaquearam. A violência que eclodiu durante o protesto foi condenada pelas autoridades, pelas organizações representativas da imprensa e pelos jornalistas e pelos organizadores da "Friday for Future" no Chile. O presidente Piñera disse que não era apenas um ataque contra a ordem pública, mas contra a liberdade de expressão, uma vez que se tratava de um ataque conjunto à imprensa. O governo apresentou uma queixa criminal contra os responsáveis.
Além desse incidente, a mídia deve continuar enfrentando ameaças decorrentes de projetos de lei apresentados por parlamentares ou pelo governo
Entre eles, destaca-se a criação da Agência de Proteção de Dados Pessoais, que regula a proteção e o tratamento desses dados, incorporando direitos dos titulares, procedimento para queixas, entre outros. Exclui-se o tratamento de dados pessoais que seja feito no exercício das liberdades de emitir opiniões e de informar dos meios de comunicação. Será problemático determinar quando os dados ou informações forem dessa natureza ou não. Outro projeto estabelece grandes restrições à publicidade de bebidas alcoólicas, na verdade, praticamente a proíbe, e ainda há outro que faz o mesmo em relação aos medicamentos, responsabilizando a mídia pela sua divulgação.
Existe ainda outro projeto que estabelece o direito das mulheres a uma vida livre de violência. Ele prevê que a autoridade deverá determinar de que maneira os meios devem promover esse direito. Existem, além disso, outros projetos de lei que não avançaram tanto, mas que restringem, de uma maneira ou de outra, a liberdade de expressão, a saber: restrição do uso de imagens de menores de idade sem autorização dos pais; uso de estereótipos negativos da mulher; "negacionismo" em relação às violações dos direitos humanos depois do golpe de Estado de 1973; e, entre outros, a obrigatoriedade da língua de sinais para a mídia televisiva.
Vários outros riscos afetam a sustentabilidade da mídia, entre eles, a apropriação ou utilização dos conteúdos por intermediários tecnológicos sem autorização ou pagamento de direitos autorais. O mesmo acontece com agências de imprensa que oferecem o serviço de coleta de notícias com fins lucrativos, muitas vezes sem citar as fontes.
Órgãos de imprensa acreditam que é importante diferenciar a mídia tradicional dos meios de comunicação que trabalham na informalidade, principalmente os meios digitais, que não garantem a responsabilidade pelos seus conteúdos e que não estão sujeitos às regras que regulam a mídia tradicional, como, por exemplo, possuir um mecanismo de autorregulação.
O direito ao esquecimento é uma questão que continua a gerar preocupação pela falta de normas claras. Geralmente, por meio de um pedido de proteção, solicita-se que o meio de comunicação elimine notícias antigas ou que as notícias sejam atualizadas no seu site, ou mesmo nos motores de busca do Google.
Um caso específico é uma decisão recente que obriga uma mídia chilena a retificar uma notícia publicada há mais de 45 anos, período durante o qual o Chile era governado por um governo de fato, no qual a mídia apenas divulgava a única informação oficial que existiam na época, exercendo legalmente a liberdade de expressar uma opinião e relatar sem censura prévia.
Várias revistas saíram de circulação por desempenho econômico fraco. Esse fenômeno aprofundou o debate sobre a importância do uso do papel em relação aos produtos digitais. Presidentes de empresas anunciantes enfatizam a importância do papel no trabalho jornalístico, mas as suas equipes mais jovens tendem a preferir a publicidade da mídia digital.