Na arena política, houve prisões e acusações de membros do gabinete de governo por corrupção. Os escândalos relacionados à má administração, juntamente com o vazamento de um "chat" em que participaram altos funcionários do governo, inclusive o governador Ricardo Rosselló Nevares, forçaram a sua renúncia e a de muitos de seus assessores e partidários. O vazamento das comunicações entre o governador e membros de seu gabinete ocorreu em decorrência de investigações e revelações da imprensa. Por outro lado, foram os protestos em massa durante 12 dias que levaram à renúncia de Rosselló em 24 de julho.
Em seu último ato como governador, Rosselló converteu em lei os projetos 1095 e 236 da Câmara e do Senado, apesar dos protestos e advertências da mídia sobre as consequências. A "Lei de Transparência e Procedimento Expedito de Acesso à Informação Pública" (Lei 141-2019) e a "Lei de Dados Abertos do Governo de Porto Rico" (Lei 122-2019) entraram em vigor com efeitos contrários aos que aparentam sustentar os seus títulos, acrescentando barreiras e obstáculos ao acesso dos jornalistas e cidadãos às informações públicas.
A Lei de Transparência permite ao governo adiar a entrega de documentos públicos por aproximadamente dois meses, enquanto a Lei de Dados criou um portal na Internet através do PRITS (Puerto Rico Innovation and Technology Service) para publicar informações, porém não propõe nenhum método ou sistema para solicitar documentos públicos que não sejam os publicados no portal. Além disso, aumenta o número de exceções à obrigação de divulgar informações públicas e altera a definição do que se entende como informações confidenciais.
O papel fiscalizador da imprensa ficou evidente após uma investigação que começou em 2018. Um júri federal de acusação ('grand jury') emitiu uma petição com 18 denúncias contra três pessoas, inclusive o Diretor Executivo da Secretaria de Assuntos Governamentais do Senado, por supostamente criar um esquema de funcionários (ou contratados) "fantasmas", como parte de um sistema de corrupção e desvio de recursos públicos.
Existe uma via judicial para - em um procedimento relativamente rápido - obrigar a entrega de informações públicas. É importante destacar que organizações e pessoas, ano após ano, processam judicialmente o governo para obrigar a produção de informações sob sua guarda ou proteção. Tanto assim, que um juiz de primeira instância disse em audiência pública que a prática do governo de forçar a imprensa a recorrer ao tribunal "tornou-se uma norma, um hábito."
Recentemente, a Suprema Corte considerou um processo por perdas e danos, violação dos direitos constitucionais, assédio, perseguição e difamação apresentado contra vários meios de comunicação por Ana Cacho González, devido à cobertura pela mídia da morte suspeita de seu filho de 10 anos de idade em 2010 e pela investigação posterior dos fatos. A Suprema Corte decidiu que o processo estava parcialmente prescrito.
Continua em vigor o Programa Experimental para o Uso de Câmeras Fotográficas e de Equipamentos Audiovisuais de Divulgação pelos Meios de Comunicação. Embora represente um avanço para a cobertura digital e imediata de certos processos judiciais, ainda apresenta desafios para a imprensa, porque os juízes podem aplicar as normas de forma desigual ou arbitrária, uma vez que as autorizações são concedidas caso a caso.
Várias organizações jornalísticas, inclusive a GFR Media, têm apresentado pedidos à Suprema Corte para que autorize o acesso pela imprensa a alguns processos judiciais de grande interesse público. Na maioria dos casos eles são atendidos, embora comentaristas e advogados muitas vezes argumentem que o acesso da imprensa prejudica o direito do acusado a um julgamento justo.