Newsletter
Portugués
  • Español
  • English
  • Portugués
Independência editorial.

Julie Pace da AP destaca os desafios à liberdade de imprensa nos Estados Unidos

A editora executiva da agência de notícias participou da reunião de meio ano da SIP

25 de abril de 2025 - 14:52

Miami (25 de abril de 2025) — Em uma conversa esclarecedora sobre o estado da liberdade de imprensa nos Estados Unidos, Julie Pace, editora executiva e vice-presidente sênior da Associated Press (AP), participou de um painel ao lado de Martha Ramos, presidente de Equidade de Gênero e Diversidade da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) e diretora editorial da Organização Editorial Mexicana.

Pace relatou os desafios enfrentados pela AP para manter um jornalismo independente sob a atual administração americana, incluindo a decisão da Casa Branca de remover a agência do pool presidencial de imprensa. A exclusão ocorreu após a AP se recusar a alterar sua política editorial global e adotar a denominação “Golfo da América” em vez de “Golfo do México”, conforme determinado por ordem executiva do presidente Trump. Pace explicou que, como uma organização jornalística global, baseada em fatos e apartidária, presente em mais de 100 países, a AP se guia por princípios editoriais sólidos, e não por pressões políticas.

“Nossa missão é fornecer fatos, contexto e informação para públicos de todo o espectro político”, afirmou Pace. “Não estamos aqui para apoiar nem para nos opor a nenhum governante — nosso papel é defender a verdade”.

Pace elogiou a resiliência da equipe de jornalistas da AP, que continuou a comparecer diariamente aos eventos da Casa Branca, mesmo sendo barrada, reforçando o compromisso da agência com a liberdade de imprensa e a Primeira Emenda. “Você pode tentar nos bloquear, pode tentar nos impedir, mas vamos encontrar outras maneiras de continuar fazendo jornalismo, porque na AP fazemos isso há quase 200 anos”, disse Pace. Uma recente decisão judicial confirmou o direito da AP de manter sua independência editorial — uma vitória que, segundo Pace, protege não apenas os meios de comunicação, mas também a liberdade de expressão de todos os americanos.

Durante a conversa, Ramos destacou as implicações dos esforços do governo para controlar a narrativa e limitar o acesso à informação, questionando o impacto disso na compreensão do público. Pace reconheceu os desafios da desinformação e do excesso de notícias, e destacou a importância de conectar os ataques à imprensa com os direitos fundamentais dos cidadãos.

“A liberdade de expressão não é apenas um assunto da imprensa — trata-se do direito de todo cidadão de se expressar livremente, sem medo de represálias do governo”, concluiu Pace.

A SIP é uma organização sem fins lucrativos dedicada a defender e promover a liberdade de imprensa e a liberdade de expressão nas Américas. É composta por mais de 1.300 publicações no Hemisfério Ocidental e tem sede em Miami, Flórida, Estados Unidos.

Continue lendo

Você pode estar interessado em