Embora prevalecendo nesse período uma atmosfera de liberdade de imprensa, o aprofundamento da crise fiscal, econômica e social acentuou as barreiras do governo ao acesso à informação.
O acesso às fontes de informação oficial é uma reivindicação constante dos meios de comunicação, particularmente quanto às informações sobre a crise fiscal histórica, à qual se soma uma dívida pública superior a US$ 70 bilhões.
A atitude do governo central tem sido a divulgação fragmentada de informações, enquanto no Congresso dos EUA se discute uma proposta da Junta de Controle Fiscal Federal que, se aprovada, assumiria o controle administrativo e do orçamento para Porto Rico.
De forma sustentada, El Nuevo Día tem feito a mesma denúncia relativa às omissões, lacunas e atrasos na divulgação dos relatórios financeiros que os candidatos políticos devem apresentar ao Escritório da Controladoria Eleitoral.
No final de fevereiro, a Suprema Corte impôs um retrocesso no projeto importante de dar acesso às câmaras dos fotojornalistas nos processos judiciais, ao indeferir o pedido feito pelo noticiário Televicentro, Canal 4, para transmitir a fase preliminar do caso do menor Lorenzo González Cacho, assassinado há seis anos, período em que prevaleceu o mistério, com alteração da cena do crime pela ordem errada dada pelo próprio Departamento de Justiça e pela desinformação. Em Porto Rico, iniciou-se um programa piloto da Suprema Corte, para permitir as câmeras nos tribunais e, até esta decisão recente, todos os julgamentos gravados ou transmitidos ao vivo transcorreram no contexto de um exercício profissional e respeitoso.
Em 16 de março, no processo de reforma da polícia no tribunal superior do município de Fajardo, a Associação de Jornalistas de Porto Rico e outras organizações de imprensa denunciaram a falta de informação ou "informação seletiva" fornecida pelo Superintendente da Polícia, Coronel José Caldero. É um processo de reforma da polícia, empreendido por ordem do Tribunal Federal dos Estados Unidos, em razão da corrupção, violação dos direitos humanos, uso excessivo da força e, entre outros, tratamento discriminatório de minorias.
Os jornalistas denunciam que a polícia nega informações, alegando que "elas afetam as investigações" e, por seu lado, seus "assessores de comunicações" e o pessoal de relações públicas impedem o trabalho da imprensa.