O país continua imerso na incerteza eleitoral e política que afeta o livre exercício das liberdades fundamentais, e os jornalistas e a mídia estão sendo prejudicados pelos graves problemas econômicos e sociais e enfrentando restrições para exercer sua profissão.
Na sua edição de 2016 da classificação mundial da liberdade de imprensa, a organização "Repórteres sem Fronteiras" colocou o Haití em 53º lugar entre 180 países. A organização concluiu que os jornalistas haitianos carecem dos recursos financeiros e enfrentam obstáculos para acessar as informações. Acrescenta que apesar das mudanças nas leis de imprensa, os jornalistas continuam sendo vítimas de intimidação e de violência física.
Em 6 de junho, o governo anulou as eleições de 25 de outubro de 2015 depois da recomendação da Comissão Independente de Avaliação e Verificação que detectou possíveis casos de fraude nos comícios.
A anulação das eleições foi criticada por observadores eleitorais da União Europeia, da Organização dos Estados Americanos e de instituições internacionais que monitoram os comícios e consideraram que as alegações de fraude não haviam sido comprovadas.
Entretanto, o presidente Michel Martelly (2011 – 2016) terminou seu mandato em fevereiro sem que se houvesse um sucessor e o presidente do Senado, Jocelerme Privet, foi nomeado presidente interino. O mandato provisório de Privet terminou em 15 de junho, mas ele permaneceu como presidente porque a Assembleia Nacional se recusou a reunir-se para nomear um substituto.
Em junho, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos expressou sua profunda preocupação pela falta de continuidade institucional que "afeta a vigência efetiva dos direitos humanos" no Haiti.
O primeiro turno das eleições presidenciais e legislativas, marcado para 9 de outubro de 2016, foi suspenso devido aos sérios danos no sul do país causados pelo furacão Matthew, que passou pelo país no dia 3 de outubro e deixou cerca de 500 mortos.
Diante da instável situação política e das denúncias de corrupção, o governo corre o risco de perder a assistência financeira dos seus principais doadores para a recuperação do país afetado agora pelo furacão Matthew e ainda pelos efeitos do terremoto de janeiro de 2010 que deixou mais de 200.000 pessoas mortas e cerca de 1,5 milhão de pessoas sem teto.